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O
governo brasileiro vem elaborando estratégias e executando algumas ações para
conter as importações, com a finalidade principal de suavizar os efeitos do
câmbio sobre a balança comercial, uma vez que a desvalorização do dólar tem
trazido uma enxurrada de produtos importados para o Brasil. Entretanto a
desvalorização cambial não é uma questão brasileira, ela vem afetando todos os
países, causando prejuízos à produção nacional com a perda da
competitividade.
Mesmo
com a previsão da balança comercial para este ano ser de superávit, estimado em
US$ 20 bilhões, as medidas estão em execução, pois a situação cambial é muito
preocupante.
As
medidas tomadas até o momento, principalmente a imposição de barreiras
tarifárias para conter importações consideradas prejudiciais a alguns setores da
produção nacional, deixam evidente a preocupação com a situação, pois objetivam
a proteção do mercado interno brasileiro e o equilíbrio da balança
comercial.
Outra
medida aplicada pelo governo foi a elevação da taxa do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) para compras realizadas no exterior com o cartão de
credito. O imposto teve sua alíquota aumentada de 2,38% para 6,38%, pois com a
baixa do dólar, os produtos vindos de outros países são mais competitivos que os
nacionais. No ano de 2010, as despesas dos turistas brasileiros fora do país
atingiram US$ 16,422 bilhões, recorde histórico, segundo o
BC.
A mais
polêmica das estratégias foi a criação de barreiras comerciais para reduzir a
importação de automóveis. O próprio Ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, Fernando Pimentel, alegou ser uma forma de equilibrar a
balança comercial. Entretanto a polêmica criada foi o duplo entendimento, quase
que unânime, de retaliação à Argentina, devido às barreiras impostas para
entrada de produtos brasileiros em seu território.
Recentemente, o reajuste de mais de 500% na Taxa de Utilização do
Siscomex, devida no Registro da Declaração de Importação, sendo ou não, uma ação
para conter as importações, sem dúvida nenhuma é uma forma de suavizar a balança
comercial, pois, para as importações de produtos de baixo custo e em baixa
quantidade, elevou-se o custo consideravelmente, fazendo com que o importador
analise a viabilidade da operação.
Contudo, a teoria tem fugido à prática. Apesar das ações impostas, o
brasileiro não parou de comprar: os turistas brasileiros no exterior expandiram
suas compras em 58% em relação ao mesmo período do ano passado, e as importações
com fins comerciais ou industriais já registraram 32,8% de aumento em comparação
com a média do ano passado.
Somos
um mercado emergente, e temos a facilidade de comprar os produtos no exterior,
portanto é um tanto quanto impossível frear as importações. A forma de reverter
é incentivando ainda mais as exportações e reduzindo a carga tributária para que
os fabricantes locais possam competir com o mercado
internacional.
Elaborado por:
Marcos
Piacitelli - Consultor de Comércio Exterior
FISCOSoft Editora
Ltda.
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